domingo, 29 de novembro de 2009

NÓS OS BANDIDOS???

Era julho, noite fria pra pingüim não botar defeito. Temperatura externa por volta dos oito graus, e um vento que dava a sensação de mais frio ainda. Estávamos bem acomodados e aquecidos nos velhos sofás que tínhamos no alojamento, assistindo uma partida de futebol na TV, quando fomos chamados para um local de roubo seguido de seqüestro. Agasalhamos-nos com sobretudos, botas, luvas, e com uma touca ninja, daquelas que só deixam os olhos à amostra e ainda bonés. Na época tínhamos uma viatura vw/santana, reformada, que ainda não estava com os adesivos policiais oficiais colados , indicativos de viatura policial. Era só branca e preta.
Ao chegarmos ao local, estacionamos a uns trinta metros antes do portão da residência, sob uma árvore. Hoje, relatando este fato, acredito que, aquele dia, foi um dos mais arriscados momentos que passamos, poderíamos ser feridos ou mortos. Foi muita distração, ingenuidade ou bobeira mesmo. Três homens, mascarados, descendo de um automóvel, à noite, em uma rua de bairro classe alta, bem vigiada. Não andamos vinte metros e levamos um grande susto. “Fomos abordados por quatro policiais militares, que não vi de onde saíram, com armas em punho, falando grosso –“ parados ai, parados aí, mão pra cabeça, mão pra cabeça, na parede, na parede,” Fomos revistados e o clima ficou tenso quando encontraram nossas armas. Falávamos várias vezes que éramos policiais, da Policia Científica e viemos atender o local etc, etc, etc. Foram os cinco minutos mais longos de minha carreira. A situação só se acalmou quando chegou um oficial, mais calmo, e tivemos a chance de nos identificar. Levamos um sermão, do tenente, muito merecido eu reconheço. Alguns minutos depois que terminamos o trabalho pericial, acabamos tomando um cafezinho junto com os PMs e as vitimas da residência.

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