domingo, 27 de dezembro de 2009

O PADRE E O CADÁVER

Há alguns anos atrás, havia na cidade, uma funerária que era administrada pelo padre local. Ele negociava os enterros e “encomendava” também, as almas dos mortos. Isto funcionou assim por vários anos. Até ai nada de errado ou muito curioso. Muita gente simples pedia até que, quando morressem, seu enterro fosse feito pelo Padre Zezinho.
O caso cômico que ocorreu conosco foi durante uma madrugada de domingo, quando fomos chamados para um acidente fatal, em rodovia. Uma perua funerária preta, Chevrolet, ano 83, após colidir, em uma curva com um caminhão Ford, carregado de cana, capotou várias vezes, estabilizando próximo as margens do Rio Jaboti. Quando chegamos ao local, havia dois cadáveres distantes um do outro, aproximadamente uns quinze metros. Estavam bastante mutilados, com fraturas expostas e ruptura de membros. Havia um caixão funerário aberto, vazio e quebrado, do outro lado da rodovia. Os motoristas haviam sido socorridos por populares e não tinha ninguém no local que soubesse nos contar como o acidente acontecera.
Até então o perito não encontrara vestígios para saber quem era o defunto transportado ou quem era quem morrera no acidente. Para resolver esta confusão, o Perito decidiu chamar o Padre. E assim, tivemos que esperar um bom tempo na estrada, até acabar a missa das seis horas para que o reverendo pudesse nos atender. Horas depois, chegou o Padre e identificou a pessoa com quem negociara a remoção e tudo ficou esclarecido quem morreu primeiro.
Explicando o caso: Ambos os cadáveres eram irmãos e muito parecidos. Um (o vivo) foi buscar o outro,(já falecido) em cidade próxima, acompanhando o motorista da funerária, e na volta, sofreram o acidente.

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