sábado, 16 de janeiro de 2010

O SEGURANÇA


Semana-Santa, feriadão de sexta-feira. Dia calorento de outono. Cidade vazia, mas, as picinas dos clubes e as “prainhas” da periferia estavam cheias. Em nossa cidade existem várias lagoas, e represas, artificiais, tanto na zona rural como em alguns bairros distantes do centro, onde havia cerâmicas e fabricas de tijolos.;Foi num lugar assim, onde dezenas de adultos e crianças divertiam-se , uns fazendo churrasco, outros ouvindo pagode ou pegando um bronze e. muita gente nadando em águas traiçoeiras, barrentas, poluídas e profundas.
Estávamos no plantão há poucas horas quando fomos acionados para um encontro de cadáver, vítima de afogamento. Era mais um chamado normal para estes dias. Ao chegarmos, encontramos algumas dezenas de pessoas cercando o cadáver de uma garota de aproximadamente 14 anos, nem mesmo seus pais sabiam, até aquele instante, que ela estava lá.
Logo notamos um anão, senhor de uns 40 anos, gritando para a galera :-“vamo abri, vamo abri que a Policia Técnica chegô” Além de anão, tinha outro defeito físico, não tinha os braços, apenas duas mãozinhas que nasceram próximo aos ombros. E a galera obedecia, sem reclamar do pequeno homem, colocando ordem no lugar.
Foi então que entendemos a “autoridade” dele. Estava vestindo um mini jaleco amarelo, escrito nas costas “SECURITY”.
Ao concluirmos as tarefas, agradecemos ao anão, pela “mãozinha”, digo, pela ajuda, e ele ficou todo cheio de si.

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