sábado, 14 de novembro de 2009

A DELEGADA E O BANDIDO

Isto ocorreu por volta de 1987/88, quando até então, eu jamais tinha visto uma Delegada de Polícia,! Eram raríssimas na época. Assim, certa noite de fim de semana, recebi um telefonema da Delegacia de Monte Mor, solicitando que a doutora Fulana de Tal, estava nos convocando para um local de homicídio. Até imaginei que o escrivão estava tirando uma onda com nossa cara, mas era verdade. Lá existia uma Delegada!!.
Ao chegarmos, estava curioso, deparei com uma jovem senhora loira, toda de preto, distintivo no peito, carregando uma cartucheira 12 e uma pistola na cinta, e nos recebeu friamente. Estava acompanha de um investigador e quatro policiais militares, também fortemente armados. Com essa tropa toda, nos dirigimos à periferia da cidade, onde havia uma danceteria com show de forró. Lá havia um cadáver esfaqueado num canto do salão, muito sangue espalhado, mesas quebradas, cacos de garrafa por toda parte, muita gente amontoada em volta e ainda um bate-boca de alguns exaltados na porta do clube.
A Delegada logo pôs ordem na casa. Os PMs retiraram os curiosos do salão e começamos a trabalhar. O perito examinando o cadáver, os vestígios do local e eu fotografando.
Em dado momento, começou um tumulto. A Delegada, falando duro, estava inquirindo e revistando alguns freqüentadores, que resistiam ao seu comportamento. Um dos detidos tentou encarar a Autoridade com palavras de baixo calão, não querendo ser revistado por uma mulher. Ela sem exitar aplicou-lhe uma chave de braço, e empurrou-o contra a parede. Ele reagiu e recebeu dois fortes tapas na cara, foi algemado, detido, ficando ainda com uma marca na face, arranhada pelo anel da Delegada. A galera vibrou.. Urras e palmas pra Delegada. Notícia na cidade por uma semana.
Mais tarde, soube-se que o valentão havia confessado o crime. Matou por ciúme.

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